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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Rios Voadores

 Os rios voadores são grandes massas de vapor de água que, levadas por correntes de ar, viajam pelo céu abastecendo nuvens e correspondem a grande parte da chuva que precipita em várias partes do mundo. O melhor exemplo é o principal rio voador do Brasil o qual iremos retratar de seguida.


 O rio voador nasce no oceano Atlântico. A água evapora no mar, perto da linha do Equador, e chega à floresta Amazónica empurrada pelos ventos alísios. Esse grande quantidade de vapor passa rasante: 80% dele voa a, no máximo, 3 quilómetros de altura

A vazão desse aguaceiro aéreo é da ordem de 200 milhões de litros por segundo (similar à do rio Amazonas), fazendo da Amazónia uma das regiões mais húmidas do planeta, além de provocar as chuvas que desabam diariamente por toda a região.


 Enquanto passa sobre a floresta, o rio voador praticamente duplica o seu volume. Isto acontece pois, ao absorver mais radiação do Sol do que o próprio oceano, a floresta funciona como uma gigantesca chaleira, liberando vapor com a transpiração das árvores e a evaporação dos afluentes que correm no solo


 No oeste da Amazónia, a massa de humidade encontra uma barreira de montanhas de 4 quilómetros de altura, a cordilheira dos Andes, que funciona como uma represa no céu, contendo a corrente aérea do lado Este.


Boa parte do vapor fica acumulada nos próprios Andes, sob a forma de neve. Ao derreter, essa água desce as montanhas, dando origem a córregos que, por sua vez, formarão os principais rios da bacia Amazónica, como o Amazonas.


Nem todo vapor que se encontra nos Andes fica por ali já que cerca de 40% segue rumo ao sul. A humidade passa por Randónia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, terminando a viagem no norte do Paraná, cerca de seis dias depois.


Enquanto flui em caudais rumo ao mar, muita da água proveniente dos rios voadores é absorvida pela floresta. Quando transpiram, as árvores então libertam esse líquido em forma de vapor, fechando o ciclo que novamente alimentará a corrente no céu.






Por fim, o rio voador cai em forma de chuva. Mais da metade da precipitação das Regiões Centro-Oeste e Sudeste vem dos rios aéreos da Amazónia e outras 20 correntes cruzam o céu do Brasil, carregando um volume de água equivalente a 4 triliões litros!


Para ter ideia da importância dos Andes, a floresta Amazónica surgiu há cerca de 15 milhões de anos, na época em que a cordilheira se formou.Assim sendo, é perceptível uma grande interacção entre a hidrosfera, biosfera, criosfera,
atmosfera, geosfera mas também antroposfera que resultam neste maravilhoso
fenómeno natural.


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