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sábado, 28 de maio de 2011

Imitar a natureza para obter água

Árvores e plantas normalmente obtêm água da névoa, nuvens de gotículas de água que se formam no ar próximo à superfície da Terra. Quando a névoa atinge uma folha, as gotículas condensam-se e rolam pela folha na forma de água. Com o tempo, o solo abaixo da árvore ou planta absorve toda a água de que precisa.
As árvores não são as únicas a usar a névoa dessa forma. O besouro da Namíbia Onymacris unguicularis, também conhecido como "capta-névoa", também captura névoa para obter água. O insecto, habitante do deserto, sobe até o topo de uma duna de areia, vira o corpo para o vento e abaixa a cabeça. As costas do besouro têm uma textura de protuberâncias e sulcos, que juntam as minúsculas gotículas de névoa para formar gotas maiores. As gotículas acumulam-se e então descem pelas costas do besouro em direcção à boca. Quando está com sede, o besouro simplesmente inclina a cabeça para baixo para beber a água que armazenou nas costas.
Inspirados pelas actividades de colecta de névoa do besouro, cientistas criaram "captadores de névoa". Trata-se de telas de malha estendidas entre dois mastros. As redes verticais são construídas em áreas altas, como colinas ou montanhas. As telas captam a névoa da mesma forma que as árvores e os besouros de que falamos. À medida que a névoa desce, minúsculas gotículas de água aglutinam-se na malha da rede. Com o tempo, um grande número de gotas de água acumula-se, formando gotas maiores de água que descem pela rede. Essa água escoa por calhas presas à parte inferior da rede. A água é então canalizada em reservatórios para a comunidade. A captura de névoa tem-se mostrado particularmente útil em comunidades desérticas da América do Sul.

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